terça-feira, 28 de junho de 2011

Meu rosto bêbado

Que é prudência, afinal?
Pergunto aos cuidados da morte
Esquálida lembrança, um bueiro até
Mas não é um horror o que me ocorre
É um ato elevado, suspenso, amoroso
É sorrir de vê-la entrar na igreja
Abençoada pelos seus em votos quietos
Um azul suspenso em bemóis
Canta, canta a comitiva branca que
Me recebe em mil beijos, que me perdoa
De ela ser quem é, de eu ser quem não fui
Ao padre perguntei: quais pecados?
Ainda não os tinha cometido
O azul ainda não sobrescrito na pele
Três ave-marias e nunca mais confessei
Falo agora que em meu nome nasci
Escriba das elegâncias que sinto
Igualmente dos paroxismos que causo
Homem de fé, profissional do risco
Para a Rosa que de seu útero me fez, um beijo
À fratria que me cuspiu e atirou, meu peito
Ainda mais aberto e gritando
Ainda mais sujeito ao amor do verbo
Outro azul silenciando minha voz
Un niño que nasce em meu silêncio
Outra taça em que bebo declarado
Vinho e sustento
Meu rosto de paz nenhuma embebedado

J.M.N.

Trilha sonora…

Um comentário:

Anônimo disse...

"Por todo que me has hecho, un beso. Una multitude de enrizos na piel. Soy grata a Dios por tus ojos amarillos y cantantes. Donde estuve a decir: vuelve a mis abrazos, vuelve que nadie tomará tuyos espacios em mi corazón..."