Para atravessar a tempestade precisava de um amor.
O amor veio.
Para saltar no ar sem nada que desse medo precisava de mãos e abraços conhecidos.
Eles saltaram junto comigo.
Para a tanta inspiração que enlouquece e divide precisava da leitura quieta, da tragédia profunda das páginas de algum livro.
Tenho mil livros enterrados em mim.
Para o leão que me espreitava na liberdade da ausência precisava de um rifle, precisão e mira.
O franco-atirador veio em meu socorro.
Para a conquista de um muito sentido precisava dos sinônimos, da morfologia dos novos impasses e das águas correntes do rio.
Ganhei o mar, outro horizonte, um continente e a bailarina.
Mas para cela no dorso da loucura precisava de couro e cordas e presilhas, mais um momento para aprender a parar.
Sem nenhum, soltei o animal no campo, mas acho que não andará até que eu resolva domá-lo.
J.M.N.
segunda-feira, 24 de março de 2014
sábado, 1 de março de 2014
Dez Encontros (V)
Por essa fresta
te vejo, fresca
com tua anca tímida
e o teu riso
frouxo qual tuas
verdades
Pela tua greta
ouço um grito
que vem de dentro de
mim
rebate no teu centro
e engancha nossas
bocas
num beijo trovão
no meio do furdunço
entre o aceno e o
avião
Ali, contigo,
entre os expatriados
eu fui o único a
achar meu chão.
wdc
Assinar:
Postagens (Atom)