sábado, 30 de março de 2024

Desesquecer

Já me tive mais do que agora

Que sei o que quero

Que tenho metas de vida

Já fui criança em cima de nuvem

Sem chuva alguma

Agora, pavor de me molhar e pneumonia

Já brinquei que morria em todo amor

E quando o amor me tinha, renascia

Era tal meu desentendimento que eu me mantive intacto por um tempo

Mas veio a gramática e o contra-cheque

E tudo o que eu sorvia, virou limbo

Quando eu resolvi dar certo

Não digo que o poema me abandonou

Mas me deixou comprido e difícil de rimar

Agora de pouco em pouco eu cismo novamente

E se não é sobre amor, falo da revista que ainda insiste em trazer notícia feita de carne e osso

Falo do sol triste das manhãs chuvosas

E, vez por outra, me sacrifico

Morro assim, um tantinho

Só pra não dar certo de novo

Pra fazer poesia e continuar vivo