quinta-feira, 8 de julho de 2010

Como chamo meu fim

Quem disse um dia estaria morto, amor?
Estou esquecido, somente isso
E mesmo assim, tudo quanto me dói cabe nisso que digo
Sou aquém das antigas vidas, um escuso servidor
Da tua angústia, do teu desabrigo
Sou mais teu que soubera ser, que pudera ser
Ser que me prende e enclausura
Não diz amor, que tens razão porque sei
Sei que antes de me vencerem os anos
Antes que uma túnica cubra meu corpo num adeus
Será ao teu lado
Junto ao mais perfeito sono que já houve
Que morrerei inquieto e trágico
Porém completo naquilo que chamarei de eternidade

J.M.N.

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