quinta-feira, 22 de julho de 2010

Por que a razão é coisa rara esses dias

Por mais que me entristeçam as desídias do sol que vai morrendo sempre mais cedo. Mesmo que ventres e beijos sejam cada vez mais escassos. Ainda que a saudade seja um ponto muito dolorido no entremeio da solidão abundante da terça-feira enforcada. Saberei que existo caso encostes a cabeça bem perto e me deixe apenas dormir sossegado.

Por que os fenômenos novos são mais servos que donos. Em razão de meus perfumes estarem sempre ofegantes ante teu cheiro silvestre. Por mais que o dourado seja a cor desta lágrima presa que enfarta em meus olhos, esperando demais. Ainda saberei que me queres se alcançares as mais altas prateleiras do armário em busca de chás, macarrão em concha ou apenas o pó escondido que tanto me faz espirrar.

Aliás, tem a distância dos domos celestes. Meus e teus ancestrais que se odiavam e faziam guerras pelas morenas incríveis de nossa linhagem. Outrossim, a echarpe protege do frio que vasculha, que se enfurna congelando nosso ectoplasma. Entrementes a flor que sangra e se abre ferida, esbanja o doce de um roubado beijo, de uma chuva de canivetes. E, ai de mim, minhas voltas às nuvens do poema, permitem secar esse mar de terríveis marés que é a falta que tua presença me dá. J.M.N.

2 comentários:

Anônimo disse...

Encho-me de coragem e venho dizer que te queria dizendo todas essas coisas lindas apenas p mim. Mais que todas as outras vezes isso me tocou demais. Quero

Anônimo disse...

Ah, a esquizofrenia do amor...