Ela havia me avisado que todo saber, que toda literatura não seriam suficientes. O que me varreria a fronte sempre que eu chorasse, seria a água entornada do que sinto. O meu destino líquido de amante.
Ela avisou que eu precisaria de proteção divina. Das mais celestes, das mais onipresentes. Uma vez que eu carregava uma marca que ninguém queria. Ela sabia que eu estava fadado a ser pela metade.
Ela rezou muitas noites por sobre minha cabeça. Os pensamentos santificados enquanto o desejo violento se fazia. Ela morria de ver meu pranto à flor da pele por todas as sutilezas da beleza, por todos os descuidos da entrega.
Ela que me soube muito antes que eles me fizessem. Anunciou cuidados para meu pai. Ela que irradiava a mão crepuscular que me atendia em toda urgência, morreu.
Fica tudo o que foi dito. E se não for assim, qual razão explicaria todas as trilhas que percorri – ela sabendo? Esta lembrança em forma de ruínas deve dizer o que está embaixo das minhas criptas, sob o terreno em que fui radicado e sobre o qual, sei tanto menos com o passar dos anos. J.M.N.
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