Vê se me entende, agora as coisas têm vida própria, uma energia para além do que eu quero ou posso. Não cabem mais entre muros as esperanças e a sanha do mal é apenas lembrança. Emoldurada pertença sob o signo de Jorge. Minhas rezas voltaram, meus dias tão curtos abriram portas de vento para o rogo do belo e da suficiente alegria de estar entre abraços. Quieto. Cuidado. Lustroso em sorriso farto e peito imbatível. Nada de glórias a restituir apenas significados. Minha dormência indo ver horizontes em vez de poços letais. Minhas letras pairando levíssimas em vez de pedra ou toneladas de adeus. Uma única memória insatisfeita minha morte não ter um nome para eu descansar em paz nessa vida. E se eu chamasse qualquer coisa ela viria perguntar se é hora. Pobre dela que agora concorre com uma musa, com uma dona, com a parte retornada do mundo que nunca foi meu, mas sabia que chegava a hora. Mundo de azul e violeta, de auréolas de neon e cheiros abissais. Mundo de dois em que cabem rumos, livros e bem-te-vis. Mundo de ontem, hoje e memória sobre cujas vigas nascem manhãs e outros quintais. J.M.N.
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