Enquanto o mundo em guerra chorava, estalavas os dedos e recebias comida, nenhuma energia brotava. Meu amor em trincheiras pedindo. Enquanto mundos ínfimos se confirmavam, corrias à loja para comprar apenas um lenço. Em adeus apenas balançava, sem ir à estação, o trem morrendo distante. Enquanto profetas extinguiam-se frente à realidade mais sombria, envolvias-te num passado inteiro, como as cotovias daquele poema de Blake. Sob os céus adoráveis que te prestaram oferendas e poemas, dormias. E era sempre esse esperar atormentado e sem sentido, essa passividade alucinada e sem perdão que entre agora e minhas visões de amor, partiu-se a lembrança que era tua janela aberta em mim. J.M.N.
Pergunta de Ontem: Por quanto tempo mais permanecerás esperando?
3 comentários:
até que tenha uma chance novamente
Até a passividade alucinada se transformar em atitude concreta. Espero até as janelas se escancararem e ventos bons soprarem, qualquer que seja a direção.
Gosto de atos, mesmo que demorem uma eternidade.
Enquanto houver tempo no mundo
Enquanto houver vida na Terra
Enquanto os lírios forem brancos
Enquanto o sal ferir os olhos
Enquanto Amor tiver quatro letras
Enquanto eu perder o juízo
Enquanto em qualquer canto
Eu sonhar ainda com o beijo dele...
Bia
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