Ela me pedia delicadamente para amá-la. Eu não sabia. Não saía da fúria infantil dos primeiros amores, ou objetos. Espéculos enfurnados na beleza atrás do olhar. Olhava-a, entrementes. Um rio de orações e perdões nanicos, porque sua carne arranhada, sua devoção pelas palavras que passava a repetir enquanto eu estava dentro dela, suavam em bicas, tornavam-se as dinâmicas estrelares da perfeição. Fosse como fosse sairíamos feridos. Presas de inocentes senões e outros nem tanto. Porquanto a coisa que desfazia nossa herança humana naquelas horas era inviável a Terra, era nebulosa em cima de buracos negros. E como pertencemos àquilo. Ouro e vulva e cristais cintilando possibilidades mil. De repente soa um sinal. Uma porta cai. Era a última. Ela se instala naquele cômodo sem móveis de onde eu retiro finais, de onde nascem as personagens tórridas, os pusilânimes de meus romances. Onde, enfim, eu sento e escrevo os enredos da vida. Apenas a minha. Uma a uma as células vão se arrumando. Há mais devoção nisso do que nas partituras, nas letras e melodias. Os harmônicos se arranjam. Passo desta para uma melhor, minha cara triste e rasgada sorri como nunca. Tem outra pessoa no meu quarto de antenomes. Não sei se a chamo pelo nome dela, ou se a chamo de antídoto. De qualquer maneira sei que está lá para me salvar. J.M.N.
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