Não te fies no tempo nem deixe as nuvens puxarem teus vestidos sem permissão. Esperando a felicidade chegar, esqueci de pegá-la no porto, às horas tais daquele dia. Sou suspenso do chão por agora que minha terra foi devastada por tornados. Aqueles que me protegem não me deixam tocar o chão com os pés. Não te fies no tempo, amor, que a erupção daquelas cinzas já se extinguiu há muitos anos, apenas os restos planando no ar. Modestíssimas linhas escritas até agora. Memória nenhum merece o destino das minhas em ti. E aquele sabor de damascos em nossa pele de dia, depois que a palavra mundo deixou nossos corpos ainda me greta, ainda me fende. Eis o estopim da poesia, amor, que nem mesmo tempo apaga, que nem mesmo frutas secas esquecidas na memória deixam de saber ao que sinto. J.M.N.
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