quinta-feira, 3 de março de 2011

Tereza

A minha Tereza, porque no fundo, nada
será maior que minha admiração silenciosa.

Não sei contar muito sobre esta mulher. Nunca estive em seus internamentos. Talvez nunca tenha segurado sua mão enquanto ela sentia dor, enquanto se atrevia a resistir à contração da vida em seu redor, como se a existência ultrapassando suas atribuições de cada dia forçasse sua desistência, mas ela, contida perfeitamente naquilo que os ultra-humanos lhe deram, permanecia, negava um destino frágil e sem luta.

Ela vem de uma linhagem há muito perdida. Conserva a história de nós todos em seus silêncios e talvez ainda verá a expiação de muitos de nós, pois a fortaleza que a mantém neste plano é calçada numa dignidade impressionante, num sustento de aura profunda. Essa mulher tem um Deus apenas seu, creio. Um corpo imenso por dentro e por fora.

Não é apenas uma exaltação estilística, adoração ou confirmação de família. Estas linhas são o reconhecimento de minha miúda expressão de resistência diante dela. Gigante pelas forças que uma natureza decerto extraterrena lhe deu. Maior ainda, pois inegavelmente avessa ao reconhecimento de sua persistência. Um riso entrementes fino e acrescido de força. Uma imagem que vale mais que mil palavras. Muito mais.

Sua benção, Tereza!

J.M.N.

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