segunda-feira, 28 de março de 2011

O homem que não tem fim

Para C.S. Lewis

Perpetuou-se enfim. Engendrou frivolidades e competências na mesma medida. Espaçou a tomada de consciência sobre o que ficou para trás. Usava-se do passado nos banhos noturnos e lá somente. Ampliou-se nos ritos oníricos. Fez marcas na areia molhada e nela se desaguou, antes fonte, líquido. Remodelou ofícios a se adequar para ela e se misturou, entre prudências e desmesuras, ensejando horizontes, uma outra atmosfera. Quis a pele e a tristeza dos dias descalços, feito os andarilhos atrás de anciãs esperanças reacendidas. Foi na tropa que abriu o caminho. Enfeitou pontes pelo prazer de embelezar as passagens que unem e desfilou impávido por entre os vários mundos que conquistou. Contorceu-se em risos brancos e com sol. Estava mais amplo na hora de se ausentar. E se untou com o cheiro dela, múltiplo que era das coisas do coração. Na estação certa se entregou qual tempestade e banhou lugares ermos porque já podia instigar o cio. Feneceu amado e tornou-se um lume. Híbrido como merecia, pois intricado nos fatores dela. Um homem de peito completo e querer desmedido, que já não está, mas refere-se. Homem que não é mesmo um, que se redobrou, encantado, em vias lácteas celestes, um sem número de vezes, enganando um fim, que não lhe chega jamais. J.M.N.

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