segunda-feira, 28 de março de 2011

Os marcos do caminho

“Para me endireitar
para fazer jus à saudade
para praticar verdades
nas linhas dessa
vida demais.”

Poema 1 - Poemas que não nasceram

Não tenho fotos com pessoas sorrindo ao meu lado. Acho que larguei as razões entre minhas bagunças, nos cantos da casa. Na gente deu uma loucura de andar entre as trevas, como naquela canção de Francisco. Sob os beijos trágicos, nossas indulgências aconteciam e íamos matando aos poucos o mau hábito de não olharmos pra nós. Ainda que tarde, ainda que mortos, coubemos nos sonhos um do outro. Essa força mágica que angaria temas até os dias de hoje e te faz odiar-me florida e docemente como uma doença que encanta e me faz te querer com raiva e rudez, como uma fuga platônica da realidade que já não nos pertence. Queria recriar o espírito e dar novos tiros em Marte. Pular tuas cercas, atônito, invadindo os quintais da tua tristeza. Apenas para dizer que perdemos o rumo, apenas para comer as pitangas que nascem suculentas quando chamo teu nome. Meu bem, eu queria mais um pouco do que fomos, não para a eternidade prometida, mas para queimar uma pilha de amores modorrentos, com aquela nossa obscura força tectônica de carne e tragédia e sangue trocado nas veias da gente. J.M.N.

Trilha sonora…

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