sexta-feira, 25 de março de 2011

O despertar do poema

O poema acorda
Feito as sementes da sesmaria
Investidas dos coros e canções lusidias
A embalar as dores para além do chão

O olho escuta
As miragens distintas do teu corpo
em riscas desferidas por pincéis azuis
Como se fosse natural este tipo de perfeição

O julgo despede-se, reverte-se num apelo
Como se as provas não fossem evidentes
E demasiado puras,
fossem as coisas que me disseste anteontem

O poeta cria
Refeito dos abismos antigos
Nascido de ventres novos e coxas graudas
Como se fosse o mais novo inquilino

Da casa que antes fora só tua.

J.M.N.

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