Para N., que ficou em silêncio quando soube que era eu.
Sabe a simplicidade de chegar e estabelecer uma série nova de números ordinais e equações dificílimas que no fim, apenas justificam a existência delas mesmas? Um fim de dia com a pessoa mais esquisita do mundo, a qual, no entanto, te faz entender que avida indica os caminhos em finais esquisitos ou cumprimentos em sala de aula. Como se fosse extremamente fácil aportar num abraço longínquo e dizer para aquele ser que nos exaspera que podemos mudar o mundo, que o universo tal como conhecemos não passa de uma piada divina e os números descobertos provarão que esta é a verdade definitiva. Esse sentimento extra que se nos chega quando o olho bate num lugar qualquer do nosso próprio esquecimento, quando e onde costumávamos achar razões para pensar no próximo passo e isso, de repente, se extingue. Um lugar além de todos, onde a música preferida é sempre a trilha sonora. Além das classes de palavras, além dos fósseis alienígenas que talvez não achemos nunca. Foi justamente lá que encontrei. Naquela profundeza que me limpou a luz suja da rua, da sala de aula. Cristal de olhar puríssimo, e neutra forma de pedir socorro. Achei que estavas expiando quando entraste e, no entanto, eu cedi à essa vida toda que carregas às extremidades de tua boca quando sorris e dizes olá. Foi ali encontrado que eu cedi. Além dessa existência escrevi um recado e mandei. Desaprovando e aceitando que estava arcando com uma das piores contravenções de minha função. Entretanto, achei que, de onde estava, algures entre Vega e Belém, poderia me expor ao risco. Poderia perdoar-me por ser inconsequente. Em nome dos teus olhos e daquele sorriso que ainda acredito não ser daqui. J.M.N.
Depois de escrever, escutei esta música, fica como trilha...
Um comentário:
Essa música é linda, ficou ótima com o texto...
Maira
(depois de um ano sem comentar, rsrs)
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