Nasceu-me sob a carcaça este estranhamento, esta peça ensimesmada e controversa. Um zumbido que ultrapassa todos os ventos do mundo e vence distâncias acovardando os mais duros, os mais vividos. Apareceu-me assim meio sem constância. Ia e vinha ao sabor de minhas derrotas. E um dia instalou-se inteira essa coisa sem nome que me causa dores e entrelinhas, que me apavora e descompõe a fronte me fazendo ser novamente um excomungado infante. Nasceu-me por dentro punindo minhas malícias, minhas conquistas pulsáteis. Uma pérola advinda da ferida ainda aberta da madrugada onde a mão do sagrado não alcança. Essa enormidade de desconhecido me aconteceu sem freio, veio arrastando as plantas, encosta abaixo, rumo à cela em que meu grito prisioneiro padecia. Levou-me as barras da cadeia-eu e libertou meus escravos: meu grito, minha pena, minhas palavras todas. J.M.N.
6 comentários:
Que lindo texto Neto. Lindo e emocionante.
Amei.
Beta
Não faz mal, eu comento de novo...
Lindo esse texto, me deixou pensando imensamente.
Beta.
Se fechar bem olhos, pode-se ouvir e relembrar...
Belo texto!
Boa tarde!!
Cacau
Oi Beta, tivemos problemas no blogger. Sumiram com um monte de posts e comentarios.
Nada de complo. Rs
J.Mattos
Esse texto é digno daquelas nossas rodadas lendo tragédias gregas e quetais.
Porão da Cynthia, 1991...
Saudades meu amigo.
Tereza
Esse texto e daqueles que incomodam muito a gente depois de ler. Talvez porque lembre algo que doi muito.
Muito belo
Mia
Postar um comentário