Encontro-me à espera da idade para deixar os segredos de lado, como se fossem os anos que perdoassem as traições e soterrassem os mistérios das euforias romanceadas de tempos atrás.
Jamais soube o que me gritavam os homens do porto. Passei por eles ainda muito novo e indolente.
Um ano antes de morrer, deixei escrito em testamento: todo meu ouro, minhas palavras e as provisões de ano novo são para ti. Muda. Faz o que eu não fiz.
Se te deixei faltar algo, perdoe-me.
Escolhi o caminho adiante, sem curvas ou reticências. Não era natural?
Hoje eu sei cada vez menos e ainda me recupero da primeira morte que tive. Posso apenas te anunciar umas poucas verdades:
Meu brado é amargo e vazio. E sorrateiramente desisti da construção da casa.
Dei a ela os tesouros que nunca te dei.
Nossos filhos catam ventos sem ter nada para comer ou vestir. São livres, então.
Meu sofrimento está tingido de azul e a única coisa que me resta é uma vida toda para esquecer de ti.J.M.N
domingo, 7 de junho de 2009
Biografia
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