sexta-feira, 18 de junho de 2010

Excertos Terapêuticos XXII

SONETO

Necessito de um ser, um ser humano
Que me envolva de ser
Contra o não ser universal, arcano
Impossível de ler

À luz da lua que ressarce o dano
Cruel de adormecer
A sós, à noite, ao pé do desumano
Desejo de morrer.

Necessito de um ser, de seu abraço
Escuro e palpitante
Necessito de um ser dormente e lasso

Contra meu ser arfante:
Necessito de um ser sendo ao meu lado
Um ser profundo e aberto, um ser amado.

Mário Faustino, 1959

*Leia-se este soneto como um excerto da fantástica e pouco conhecida obra de Mário Faustino, um dos grandes nomes da literatura e intelectualidade brasileiras que por um bom tempo ficou radicado em belém. Leia-se este soneto como um momento eleito para um pedido.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Necessito de um ser sendo ao meu lado
Um ser profundo e aberto, um ser amado."

Lindo isso... e quem não precisa?

Lua