terça-feira, 8 de junho de 2010

Renovação

Para o Renato, meu irmão

Onde mais se encontra certezas senão ali, entre os pares de uma vida? Onde mais podemos ser tão incompletos e frágeis que mesmo na mais debilitada intenção de escapar, dedos mágicos e braços intensos nos alcançam e abastecem de segurança nossa caçada? Ali. Exatamente onde somos gerados e onde morreremos para chegar à memória. Dentro de um círculo de tamanho vário que nos envolve a todos e nos faz reconhecer quando erramos e quando acertamos, pois disponível dentro e fora de nossa instância mais particular e secreta. Apreendidos pelos costumes, pelas defesas, pelos maiores sacrifícios realizados. Estamos sempre dentro deste universo de isolamento e afeição. Regra e exceção para uma mesma aventura de existir. Uma vez ao ano podemos entender o que nos chega aos poucos. Gota a gota do tempo universal. São anos, é a idade, pode ser uma lástima, pode ser alegria. Aqui e agora, queria deixar dito que aprendi a comer esse derrame de entrega. Essa coisa muda e sem nome que nos ata em nós de destino e que nos aumenta e multiplica como uma prece. Ele me disse de um seu amor, contou-me que tivera sucesso nos negócios. Foi severo e algumas vezes, deixou para trás um canto de louvor. Pouco importa. Sou diverso também por isso. Ele que me deu meus melhores amigos, minhas primeiras noites mundanas. Ele hoje se renova e vence o tempo de minhas memórias ao nascer mais uma vez. Com corpo igual, mas a fronte mudada. Reconheço coisas minhas nele e isso me faz estar. Fincado elemento de um mundo que cada vez mais deixa amores do lado de fora. Não quero mais isso e desta forma, faço-lhe a homenagem modesta de reconhecer que temos um tanto de coisas em comum. J.M.N.

Esta é, ao que me lembro, uma de suas músicas favoritas…

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