domingo, 15 de novembro de 2009

Notas de rodapé #4

Acontece que eu não surto mais. Foi o que ela me disse e me prometeu amar e devotar-se como em promessas antigas (ou antiquadas?). Ela veio, ela se foi. Cumpre saber que houve felicidade. Mas não se manteve a promessa. E seu silêncio indica o que sempre soube, não há luta, pois não há intenção de eternidade. Nunca mais veio aqui e suas lágrimas talvez tenham secado. Me disse um dia que era para sempre, me disse outra vez que havia sido a coisa mais intensa de sua existência. Continuo esperando fazer-se acontecida sua sentença, enquanto mato meu zumbido fino, minha crença na história acontecida. Estou aqui a escrever estas linhas, cada vez mais cercadas de nós. Prudentemente distante dos olhos dela. J.M.N

Um comentário:

Anônimo disse...

"Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certas pessoas que passaram por ela." (Carlos Drummond de Andrade).
...É bem certo que só sabemos de algo quando peguntamos ou declaramos, senão são apenas hipóteses do que pensamos em relação ao outro.Por que não perguntar?Falar às claras!
Porquê não dizer que há intensão de eternidade?
Que bom que sabes de tudo isto,e ela o que sabe?