Vens de longe a recender. É um cheiro indecente que me constrange, aguça. Nem doce, nem amargo. Solúvel apenas para quem nunca esteve na tua pele. Teu pacto é com minhas entranhas e por isso me transcende, contamina. É como alguém que foge e não domina o interior ante a liberdade. Ganha densidade à medida que se expande, enriquece. Mostra-se no rubor da face. Momento em que identificas tua conquista. Água que sacia a toda sede. Apelo de diatomáceas à superfície. Íntimo que se entrega sem pudor. No teu cheiro cancerígeno é que auditas meu empenho, contas minhas recaídas. E deixas pistas algo claras do que desejas. Teu cheiro tem a própria vida. Resguarda a minha coisa de sentir vertigens. Conta histórias de entrega, auspício e pertencimento. J.M.N
Um comentário:
Este teu texto me lembrou a música de Claus e Vanessa "Teu Cheiro".
Provocante,diga-se.
"O teu aroma está no ar, em qualquer lugar que eu vou
Teu jeito, teu cheiro, teu sorriso, teu calor conquistou
Não dá para negar, prefiro me entregar"
Bjs.
Postar um comentário