De novo aberto, o peito vai
acobertando as efemérides do amor
descuidado, debulhado feito livro, usado
mais que tudo, em seu louvor
A madrugada se fecha e o sangue
arvora-se a irrigar meus quintais
um pouco sujo o poema nasce, equidistante
e a luz contrai como um surto especular
Ouço meu verbo malicioso e incandescente
aceso nas entrelinhas do teu busto
meu olho escapa como um louco, um teu sorriso
a instalar-se vivo no cobre da tarde morta
Ai que me invada o peso tanto desta incerteza
e que aconteça de eu morrer, tempos atrás
benquisto, vulgo, arqui-inimigo, despossuído
em teus braços, vagamente, a me entregar.
J.M.N. Belém, 08 de junho de 2008.
Um comentário:
Muito bonito esse texto. Diferente dos outros. Acho que poderias postar mais alguns nesse formato.
Gostei muito.
Ju
Postar um comentário