segunda-feira, 25 de abril de 2011

Valsa do fim da noite

Tantas vezes eu parti que já não vejo como voltar
Não sei se é preciso dizer o quanto fui teu
e nessa entrega o quanto fomos muitos, múltiplos
Inquietos por saber se seríamos um todo,
mais que a maior parte dos amores que admirávamos
Tantas vezes eu descumpri os tratos que sei
não mereço a confiança esculpida à mão
Porém aquela tua lembrança de me dizer eu te amo
é ânimo para os confins dessa minha solidão sem fim
agora e sempre anunciando que não foi em vão
Escuta esses passos que vêm cadentes
A multidão que os acompanha é Deus andando
Mãos dadas às pessoas comuns
O amor é santificado por essa marcha
E por nada mais
E no fundo, junto com a esperança
Que os caminhantes emanam, vem essa música
que me diz não haver coisa mais profunda
do que o reencontro no fim do caminho,
posto que mais do que a própria morte
é a saudade que pode matar nós dois.

J.M.N.

Trilha sonora possível…

2 comentários:

caueteamo disse...

Bom saber que ouvimos juntos mesmo à distância.

Adelaíde Ferreira de disse...

... Linda e emocionante, Elis...
A dor parece estar de alguma forma sempre à espreita daqueles q amam. Mas, como sou uma otimista convicta, penso q até por isso: amar é sempre a saída! Como já dizia o Querido "Vininha"- "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida." (mesmo q seja pra lá de usada, creio!)