terça-feira, 12 de abril de 2011

Dentro da tarde

Hoje uma fome extra. Escadarias vencidas como quando eu cheguei naquela cidade para me encontrar e me perdi ainda mais. Uma chuva que não passa. Meu filho creditando a amplidão que ele sente à chuva que cai. A poesia vem de onde menos se espera, ainda bem. Hoje a vontade de ser exagera. Arde sempre junto dos meus santos secretos a tua imagem se afastando. Eu querendo, ao mesmo tempo, que ficasses e que morresses para nunca mais saber de ti. Hoje as alpercatas da infância iam bem. E corridas na praça, posto que nunca mais fazemos isso depois da primeira derrota amorosa. Não como alguém querendo melhorar a forma física, atrás de um exercício que te disseram fazer bem, não! Um pouco mais demente saído das presas do mal que não desfaz com o tempo. Correr na praça como um ser feliz e sem idade. Nada de documentos, nada de memória, apenas o sangue correndo. Apenas esse sabor de existência na boca. J.M.N.

Um comentário:

Adelaíde Ferreira de disse...

A poesia está, se faz presente quando menos esperamos, basta termos atenção e nos permitirmos... Apenas o gosto de existência nos lábios... sem pressa, sem compromisso com nad, nem ninguém, a não ser, SER!!
Afff... Beijokas...