segunda-feira, 11 de abril de 2011

Insurreição

Não houve morto e, no entanto, morto ele estava. Não houve idéia e, aparentemente, lá esteve uma intenção. Enquanto o esmo repercute no ato, o tempo segue abusivo e vidente. Lá no peito o coração pára. Corrente de forças sem dono. Apesar do respeito, desata e curva o olhar para o vão daquele momento. Ambos atados, os laços-afetos, bandalhos irmãos, um mesmo sangue correndo. Um morre, o outro executa. Um escapa e o outro também. Apesar dos vícios, dos miasmas – o corte terrível. O vivo atravessa o Pacífico. O morto resvala aos seus. Diante disso, simplesmente, desiste. O vivo espera sua própria sorte e nisso, vive. O morto morre mais vezes, mas agora caçando apenas a si mesmo. J.M.N.

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