"Nenhum trompete toca quando são tomadas
as decisões importantes de nossa vida.
O destino é anunciado silenciosamente."
(Agnes De Mille)
Usa-se mais como um organismo reativo. Pensa noutra estratosfera. Ainda erra em crer que a ilusão vale à pena. Ilude-se nos becos da memória e, portanto, a ilusão está contida. Conteve-se em si mesmo. Nunca contente. Move-se arfando até os confins do mundo, perdidamente.
Tem um berço químico agora. Distende-se nessa nova manjedoura terrena. Nenhum rei mago, nenhum presente. Esse seu deus de amianto e asfalto já se cumpriu na cruz. Só um homem esperando alento. Só um corpo anunciando a derrota. Sem pena de si. Cumprindo-se apenas.
Brinca bem mais com seus limites agora. Jamais enfrentará chama-la de esposa alheia. Por isso calou-se naquela tarde, explicando-lhe que a raiva era apenas uma consequência do tempo.
Não diz nada porque não deve. Não roga pragas, pois ela jamais as mereceu. Deseja sua própria felicidade mais que a dela e isso é terreno, humano mesmo.
De gota em gota, enche a distância com papel e letras. Com amor crescendo solto no vale do seu silêncio. J.M.N.
Um comentário:
O silêncio dele me encantou mais do que o dela, que me pareceu mais resignada. Mas, como a esperança é a última que dorme(para mim ela não morre jamais - pode até entrar em coma...morrer, não), vislumbro o silêncio dela sendo quebrado e ela expelindo "aquele" grito que ficou preso na garganta durante anos!
Como sempre me fazendo pensar antes de dormir.
Te beijo, poeta inquietador.
Postar um comentário