sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Enquanto pensas, enquanto eu digo

Justo agora queres voltar. Precisamente no minuto em que as cordas foram soltas. Exatamente onde as contas acertadas, começam a deixar outro bar pelo caminho. Agora vens com a euforia redobrada. Quando tudo era amor e sorte, não. Antes era apenas a performance de tua solidariedade comigo e meus desvelos, minhas seqüelas, não é assim?

Agora vens por conta própria, dizes. Mas eu já fui.

Às vezes encontrar alguém é como fazer cantar uma pedra, cunhando com cinzel ou marreta a dura camada que envolve o prêmio. A pressão dos séculos e o brilho de cristais de quartzo, intocados pelas mãos de quem seja. Meu dentro era assim quando eu te conheci. Outras vezes era menos digno, confesso. Mas que seria da humanidade sem a imperfeição de todos nós?

Só tenho saudade amor. Lenço para os olhos úmidos que chegam a alcançar os teus enquanto não acreditas que estou indo. E, além disso, uma velha canção, um blues como já foi minha alma um dia. Triste e bela ao teu lado. E ficam meus beijos, como cavalos correndo no prado tentando chegar aos teus cabelos, as linhas mais bonitas e distantes do que fui ou senti. J.M.N.

Trilha possível…

Um comentário:

Isoldinha disse...

Meu coração anda peludo ultimamente.Confesso que ando cética e sem música na alma (situação grave).Ler este post, hoje, reacendeu algo em mim.