terça-feira, 16 de novembro de 2010

Poesia enferma

Queria fazer um poema no qual coubesse minha tristeza inteira, porém tão triste ficaram as letras que ele desistiu de mim, e correu. De sorriso em sorriso esgueirei-me dentro do verso, depois na prosa e reparei que as horas iam crescendo dentro de mim. Vi que tudo de triste chega atrasado – minhas desculpas, minhas meias aos teus pés com frio. Toda manhã cansada e fria é pra mim a pior derrota. Menos, porém, que viver sem ti. Cheguei tarde ao nosso adeus. Perdi as chances em Paris. Voltar ou não voltar, não era mais o caso porque de tanto ficar, já não estava. Se crês que não é assim, que foi tudo um engano. Se a cidade também se despede de ti, vai ao cais, à meia-noite. Anda uns minutos olhando para as águas e verás que o rio que passa silencioso, bebeu toda a tristeza que era para ser um poema, mas virou sua mais veloz correnteza. J.M.N.

Possível trilha

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