terça-feira, 23 de novembro de 2010

Enquanto não encontro as palavras para dizer

Esse é um escrito sobre qualquer um. Um sopro de chão e vidro para qualquer retina doída. Esse é um escrito para pedir perdão, mas dar gargalhadas, igualmente. Uma contradição. Esse escrito é um espelho de todo homem, de qualquer homem. Macho ou fêmea. É um conjunto de linhas para qualquer demência enrustida ou apanhada às claras, correndo atrás das pipas em manhãs primaveris. Esse escrito é do meu ócio o sorriso, de minha espingarda a culatra explodida. Esse escrito é minha certidão de nascimento. A rosa dos ventos, desse incontido. É mais amar que ser amado. Apesar disso, jamais será aceito e cairá no esquecido que é a dor de amanhecer sozinho. Aquele alguém que viveu a parte menos poética do que eu sou. Esse escrito é de um amor imenso, cuja estrutura avança a arquitetar melhores dias. E mesmo sozinho faz crescer capelas em solo profano e faz brotar minerais valiosos das lágrimas que tanto caem. Esse escrito é para um dia com sol chamando. Para o azul do céu que vai tornando apta minha partida. É uma história que jamais termina, pois não tem vencedores ou vencidos. Será contada por quem achar as cinzas do papel em que foi escrita. Esse escrito é o mais extenso sinônimo da saudade. J.M.N.

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