A primeira neve daquelas vidas.
Gelo e vento emoldurando a foto, como um presságio para a eternidade inalcançável do seu mundo.
Um recorte nas vidas terrenas dos dois.
Antes daquilo, um passear nauseabundo de incertezas e coisas que deixavam acumular debaixo da cama.
Foi como se nunca tivessem escapado à nevasca.
Os corações perfeitamente conservados sob o branco daquelas encostas inexploradas.
Gelo, cristais de tempo pequeninos e infiltrados nos olhos, para além daquilo que se vê.
É como morrer um pouco essa lembrança.
É como um medo de revisitar tempos celestes.
Quando não tinham aprendido a destruir os anjos.
J.M.N.
Para ler escutando…
Nenhum comentário:
Postar um comentário