Para uma foto emoldurada em 2001.
Para lembrar, acenou à imagem no sonho.
Era como um inverno inteiro caído sobre sua voz aquela distância entre a imagem e a realidade.
Sonhava com ela como se fosse uma manhã de sábado.
Sempre as manhãs de sábado, quando em seus vestidos floridos o levava aos extremos da maciez e da entrega.
Não havia certezas além da presença dela, rumo a qualquer lugar que lhe fizesse sorrir.
Por isso o sonho doía a guisa de mundo frio ou de um país com dias de seis meses.
A imagem intocável daquela que seria o maior sinônimo para saudade.
Houvera um tempo, tudo quanto queria era ignorá-la.
E chegou esse.
Um agora que nem mesmo a façanha de se desmentir doente e vago conseguiu alcançar.
Tem essa imensa responsabilidade diante de si: sanar-se, viver, qualquer coisa que lhe sirva de motivo para ficar ou escrever.
Como ela em seus vestidos floridos, correndo ao seu encontro numa manhã de sol.
Aonde vamos?, ela perguntava.
E ele, completo como um pote de sal e lágrimas e séculos, respondia quase eterno: Você não sabe? Vamos ver se a vida suporta nossa felicidade! J.M.N.
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