domingo, 27 de fevereiro de 2011

Notas esparsas sobre o Oscar (VI)

O Discurso do Rei (The King’s Speech)

O filme com melhor cotação para vencer na categoria principal do Oscar fala sobre a linguagem e as impossibilidades que lhe atravessam o caminho. Neste caso a gagueira do Rei George VI (vivido por Colin Firth) que, às vésperas da 2ª Guerra Mundial, precisa preocupar-se com algo que poucos monarcas se preocuparam até então: discursar no rádio ou em estádios. Falar para os súditos era essencial para amansar os medos e as angústias. Mas como passar segurança com uma voz que tropeça nas vogais e que custa a libertar as palavras? E ainda tendo do lado oposto um ditador eloqüente e teatral como Hitler?

O Discurso do Rei, além de ser um filme tecnicamente vizinho da perfeição, tem mais dois méritos: traz para o cinema uma profissão poucas vezes retratada pela sétima arte, a de fonoaudiólogo; neste caso Lionel (Geoffrey Rush). O outro mérito é de mostrar que o que acontece no espaço entre o profissional e o paciente é o que faz a diferença numa relação terapêutica. O choque inicial da cultura sustentada no controle do corpo e dos afetos do rei George, e a vida e as técnicas pouco ortodoxas do Lionel encontram um espaço de convivência e crescimento, para os dois lados.

Se hoje à noite O Discurso do Rei levar o Oscar será uma escolha justa. Uma escolha técnica, porém justa. WDC

3 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de eu ter cochilado um pouquinho durante o filme, vale a pena ver. Tinha tudo pra ser a "história de superação" que muitos filmes acabam sendo, mas neste caso, o foco é bem mais na relação de amizade entre o Rei e seu "fonoaudiólogo sem credenciais".
Como disse o Wagner, é um filme bem feito, tecnicamente bem feito, desde o figurino até as musicas escolhidas (que achei belissimas, mas não sei os nomes)
Colin Firth emociona em sua atuação, embora também seja uma emoção contida, técnica, como o filme mesmo é.
Não acho que leva a estatueta, mas vamos ver hoje a noite.

Sara Giusti

Anônimo disse...

Apesar de eu ter cochilado um pouquinho durante o filme, vale a pena ver. Tinha tudo pra ser a "história de superação" que muitos filmes acabam sendo, mas neste caso, o foco é bem mais na relação de amizade entre o Rei e seu "fonoaudiólogo sem credenciais".
Como disse o Wagner, é um filme bem feito, tecnicamente bem feito, desde o figurino até as musicas escolhidas (que achei belissimas, mas não sei os nomes)
Colin Firth emociona em sua atuação, embora também seja uma emoção contida, técnica, como o filme mesmo é.
Não acho que leva a estatueta, mas vamos ver hoje a noite.

Sara Giusti

Anônimo disse...

Acho só que o Cristian Bale ter ficado com o Oscar no lugar do Geofrey Rush, foi sacanagem...

Bruno Nelson.