Sobre a música Downtown Train de Tom Waits
e sobre muitas outras coisas também
Se houvesse trens em minha cidade, certamente viajaria noite adentro, antevendo paradas repetidas perto dos lugares que freqüentas. Porém ando de pés, pelas calçadas esquecidas e lembrando que na maior parte de nossos dias, tivemos boas razões para amarmos um ao outro. E ao capturar teu centro, dei tudo quanto era meu, até o fim. Eles jamais chegarão perto disso.
É como prevíamos. A completude acontece raramente. E nós a tivemos. Colocada em prática segundo uma lógica própria e transida de penas e amores eqüiláteros. Tu dentro da razão compartida dos esquadros e fractais. Eu saqueador de versos e tumbas recém ocupadas. Envolvidos eternamente em nossas faltas. O que me faltava, faltava a ti e a soma disso era o que tínhamos. Certamente não tenho provas de existência melhor que essa.
Se acaso fosse partir novamente, desta vez iria sem te dizer quando, para onde. Porquês não seriam o problema. Mas não posso escrever inverdades. Sobre estas palavras, acontece o livramento tão esperado. E mesmo que ninguém saiba como capturar teu coração e apenas tu, saibas como fazê-lo ao meu, vou saindo de fininho. Minhas mãos em ondas, agitando o escuro da noite, dizendo um adeus que não cabe em tempo algum.
Não há nada nessas ruas que interesse aos nossos corações, não é mesmo? J.M.N.
3 comentários:
Pô, lindaça esta música.
Bruno Nelson.
Lindo texto.
F.
J.
ótimo texto, e canções de Tom Waits estão realmente acima do bem e do mal...
ainda aguardando aquela entrevista de lenda!
abraços,
r
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