Na ponta da flecha tudo que sangra tem cor de anteontem. Derrame rubro que soa baixinho, esquecimento, desatenção, contragosto. E vai tirando das vênulas, fossos e escuridões os descaminhos no qual me encontrei. Apenas uma saudade secreta arde ainda naqueles confins. Há de amanhã fazer mais sentido que esse tempo decorrido no relógio de pulso. Há de ter mais sabor de completude e travessia nossas mãos dadas, mesmo que apenas na memória dessas linhas perdigueiras e treinadas. Ser eu fui como pude e continuo arcando com isso. Como me pediste. Em vez de dor, encontrei limites, porém, mais do que isto, encontrei esperança. E sabe a sucos dulcíssimos minha estréia na felicidade tangível dos dias em comum. Sabe a sol e chuva fresca a eternidade que propus para os olhos dela, arregalados quando confessei que era assim mesmo, não mudaria. E o disparo que fiz alcançou horizontes e agora não volta. Não requer certeza detalhada de amanhã fazer sol. O alvo era o nada, e, mesmo assim, atingi o gral das coisas mais sagradas que, até onde vejo, são as mesmas que deveriam, fazer-te feliz. J.M.N.
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