sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dívida

O que devolver a ela? A pergunta me cala. Sempre ornado de desamparo, mas não agora que ainda me pergunto. Quero retribuir tudo quanto fui feliz. Quero unidade. Vitória é palavra caduca, não tem forças para me premiar. Eu vejo pouco, a inundação chegando. Quero dar de volta o que ela me cantou noite a dentro, pernoitando em meus sonhos acordada e eletiva como uma matéria indesejável para si, sem saber que era imensa dentro dos meus olhos e do meu silêncio. O que devo retornar à sua ilha? Um bote salva vidas? Uma corda para a força? Tenho essa dívida de juros altíssimos que me desconcerta. Por ela eu faria qualquer coisa. Como não sei rezar, geminar camas e dividir cobertores deixo a canção. Cansado de esperar o que dizer. Está dito, pago minha dívida sempre à espera. J.M.N.

O que estava ouvindo ao escrever isso, ao confessar minha dívida…

Nenhum comentário: