Enquanto você não arcava com a vida, eu escrevia um romance. Enquanto as coisas eram simplesmente maiores que os tropeços, eu organizava a escrivaninha para coletar todos os traços e rascunhos das coisas escritas para ti. Foram tantas impressões, poesias e bilhetes que quase não vejo como nos termos perdido. Porém a vida não é feita apenas de palavras. Palavras não se comem, não passam pelo trato digestivo, às vezes.
Posso ter usado demais a faculdade de criar mundos adversos para erguer minhas defesas e quando disseste que as experiências contidas naquilo que eu escrevia eram apenas minhas, tinhas razão. Mas isso não devia ser ruim, pois toda a beleza escrita nasceu dos momentos que passamos juntos e daqueles que me fizeram ver onde eu estava errado e matava com fúria infante, as possibilidades de continuar sendo bem quisto por ti.
Enquanto você esperava, eu voava e alcancei os prados verdejantes de um romance de Faulkner. Fui à cidade mítica apontada em meus mapas enfrentar os pergaminhos da minha existência. Obstinado que continuo sendo por saber o que sou. Como voltar? Não há marcha ré. Precisaria descer do mundo e isso, não faria nem mesmo por ti. J.M.N.
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