sábado, 22 de maio de 2010

Como desmantelar uma porção de enganos

Minha única escolha foi errada. Já estou arrependido, diga-se. Eu te mando sorrisos e nunca recebo teu olhar em troca. Nunca escuto o som dos teus sins. Não sei se entendes minha meia polegada de lábio sedento, de esperança transida em sorrisos natimortos sobre as tuas tardes. Queria que ouvisses as canções mais novas comigo e que naquelas capas de discos muito antigos, colocasses tua assinatura ao lado da minha, tomando conta de todo o tempo que tive minhas coisas só para mim. Como dói desejar isso. Desarma minhas armadilhas com teu olhar de mundo. Fica. Confia nesta paralisia acentuada que te toma todas as vezes que chegas até nós em segredo. Atende ao chamado que te fiz no último telefonema. Diz ao menos que o poema que declamei ainda traz alguns minutos de conforto. Não estávamos certos de todo. Queria te explicar, mas a única coisa que me ocorre é sentar contigo uma tarde dessas, os olhos postos em qualquer canto de nós, e preparar o resto dos planos que começamos, para um futuro em que apenas há espaço para as memórias que tenho contigo. J.M.N.

4 comentários:

Anônimo disse...

Isto é lindo, tem um raciocinio lógico tão completo.É uma linguegem simples mas bela, leve,cativante de se ler.

Adorei estes versos,confesso que é bom amar em segredo,sem ter que dar satisfações ao mundo.


"Confia nesta paralisia acentuada que te toma todas as vezes que chegas até nós em segredo."


Lindo...lindo...lindo.

José Mattos disse...

"Amando assim tão secreto e pra entro, como fazes para acertar as contas contigo mesmo?"

J.M.N

Paula Menezes disse...

Amigo muito profundo e belo seu o escrito,'SÓ QUEM TEM A CORAGEM DE AMAR TEM A DIGNIDADE DO SOFRER'.Confesso que adorei ler, mas prefiro quando temos um rarissmo tempo e vc lê para mim. Beijocas nesse coração cedento por amor.

Paula Menezes disse...

apenas corrigindo "rarissimo e Sedento" Beijos