Todas as horas que tinha para ti já foram embora. Correram do destino dos ponteiros bem antes do que eu esperava. E eu aqui. Cama arrumada. Pão e café para a manhã que seria nossa primeira. Quando não respondeste da primeira vez tive um sonho. Algo como uma grande bromélia aberta no meio de um pasto. Toda sorte de gado e bichos comendo as cercanias da flor até chegar nela. Depois veio um gosto de carne queimada. Algo como a vontade de se alimentar e nunca sentir o gosto conhecido do alimento. Intragável momento de ir sozinho escapar deste mundo para contar tranqüilidades um ao outro no silêncio de nossas salas íntimas em mirantes de acolá – o desejo sossegado de pertencer sem finais. Quando houve a desistência dos sins, a derrubada das melhores lembranças, a finitude apresentada dos cuidados noturnos, apenas ai, comecei achar que não devia mais te esperar. Que teu sono já se completara em outra parte e que nenhum de nós haveria de saber o que foi perdido. J.M.N.
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