quinta-feira, 6 de maio de 2010

Homilia segundo minha insônia

Sapientia longe preestat divitiis

Há que vencer-me a noite,
pois que não há divindade nesta vigília constante
E já não quero maldades, como antes
Rezo para que eu me perdoe de tudo
e enquanto isso, penso no que não fiz
Dói nas entranhas ativas que me corroboram,
as minhas faltas de amor e verdades
Como posso fingir mais de uma vida se não me tenho?
Se não encontro mais o ritmo cálido de suas mãos em mim?
Como posso ser louco se estou só?
Como viver a realidade se ela não está para dizer
que é impossível?
Somos invenções mútuas, eu e ela
E sabemos
E porque sabemos, temos a dívida
de nos capturar mesmo na distância
Mesmo na negação de que ainda somos feitos
um para o outro
Um para cada tempo do seu peito.

J.M.N.

Nenhum comentário: