sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sonetos em cor de saudade

Sobre a música Retrato em Branco e Preto,
Chico Buarque e Tom Jobim

As fotografias ficaram prontas. Nós na praia. Amanhecidos. Quase em ritmo de aparições – fantasmas atrevidos nesta vida tão desumana. Decididamente um universo paralelo. Não tenho um álbum para classificar as tais imagens. Ou argumentos para explicar as fontes de luz, motivos de enquadre ou sorrisos que estão ali eternizados como sonetos de poetas esquecidos. Não tenho, tampouco, amigos para mostrar o que passamos, para sentirem-se semi-vivos por não reconhecer aquela tal felicidade estampada sobre todos os fundos, as paisagens à nossa disposição. Será uma festa nossa. Um encontro no silêncio de fotografia. As imagens paradas. O coração a mil. Todos os vasos e todos os poros dilatados em busca de capturar no ar desta mesma cidade que nos derrota, a proximidade da recente existência mútua. Por agora basta dizer que é teimosia este deixar de histórias vivas em molduras nada originais. As fotografias estão comigo. Não têm cópias. Há que se ouvir o som confuso daqueles dias nos chegando suaves, feito o vento que soprou primeiro em teus cabelos e me trouxe um cheiro morno, algo insistente e em tons de preto, sépia ou acalantos, o qual reconhecerei em qualquer um destes retratos. J.M.N

Para ler escutando...

4 comentários:

Angelo Cavalcante - disse...

Cadê a foto do show?????????

Anônimo disse...

Simplesmente nostalgico,dolorido mas intenso.

"...Saudade é amar um passado que não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver um futuro que nos convida...(Pablo Neruda).

Hellem

José Mattos disse...

Já mandei as fotos camarada.
Showzinho sensacional heim?

Abraço,

J.Mattos

Anônimo disse...

A musica é bela, belissima, mas,na verdade só um coração estupido ( amando) movido pela emoção é capaz de dar continuidade....