quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Control

Queria começar dizendo que este filme me lembra muitas coisas incrivelmente boas de minha história recente. Além das imagens, a história da banda Joy Division e de seu líder, Ian Curtis, tem servido de pano de fundo para muitos momentos incríveis pelos quais passei. Aviso, portanto, que esta indicação é totalmente devotada aos significados pessoais e mais, à certeza de que é uma história que vale à pena ser vista por quem vive ou viveu grandes paixões. Então, como disse Curtis: I let them use you for their own ends.

Já faz dois anos. Talvez a euforia tenha passado e todo o ouriço internacional em torno do filme Anton Corbijn tenha se dissipado.

O que ficou?

A obra - o sensacional Control.

Não importa que ninguém mais esteja falando a respeito. Afinal, aqui, as palavras são de ontem mesmo. Aqui a intenção é manter viva a força de coisas que se nos assaltam vez por outra e deixam aquelas marcas indeléveis que valem à pena dividir com outras pessoas (ao que pensamos).

O filme é de 2007, mas a atração de fãs e a manutenção do mito Joy Divison são coisas vivas, que independem do filme. Ainda hoje é impressionante ouvir a banda e sentir a força lírica e vibrante de suas canções. Sem dúvida, ao ver o filme, quem conhece a história do Joy Division e tem material sobre a banda, não deixará de notar a semelhança de Sam Riley, com Ian Curtis, o que confere mais peso à sua brilhante interpretação.

Temos a opinião de que Anton Corbijn era mesmo o cara mais adequado para fazer este filme, uma vez que foi fotógrafo quase oficial da banda durante a meteórica, porém marcante carreira, entre o final dos anos 70 e incío dos anos 80.

O clima sombrio e lírico, ora soturno, ora de singeleza devastadora de Control, atualizam as especulações sobre a personalidade de Ian Curtis, apesar de deixar os fãs com apenas uma visão da história, já que o filme foi baseado no livro de sua viúva Débora Curtis, no filme interpretada magistralmente por Samantha Morton.

Um dos destaques é a cena em que o Joy Division canta no programa de TV de Tony Wilson, cena perfeitamente reproduzida, especialmente por Riley. Outros pontos altos do filme são: a entrevista em que Annik Honoré conhece Ian Curtis, momento que define muitos pontos da espiral de paixão e culpa em Ian se lança, o que, junto com a epilepsia representa, para alguns biógrafos oficias e fãs, o pano de fundo para a tragédia do suicídio.

Além de tudo isso, podemos ouvir de maneira contextual, as fantásticas canções do Joy Division e experimentar, mesmo que por duas horas e no conforto de nossas residências, a intesidade das performances de Ian Curtis e a força avassaladora de seus versos, tal como em Love will tear us apart:

When the routine bites hard
And ambitions are low
And the resentment rides high
But emotions wont grow
And were changing our ways,
Taking different roads
Then love, love will tear us apart again

Como fã, penso que a melhor coisa de Control é a possibilidade de colocar todos os rostos desta incrível história de pureza e transformação, de criatividade e lirismo que foi a vida e a obra de Curtis e do Joy Division, num mesmo pano de fundo, em cenários conhecidos porém não visitados os quais, na película de Corbijn, ganham contornos belíssimos em preto e branco. Lembrando que como no jogo de luzes e texturas do cinema, há sempre uma nova nuance a ser descortinada. J.M.N

Trailer...

Shadowplay...

O clássico... Love will tear us apart

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