sábado, 12 de setembro de 2009

Cinco razões para o perdão (I)

Ela não consegue suar de tão nervosa. Usa uma faca para atacar minhas palavras e mata o tempo dos meus ouvidos dizendo coisas iguais às da semana anterior. Revolta e mentira, era tudo o que não se podia combinar. Ela guarda renúncias apenas para as coisas menos desiguais e sonhadas. Era como se fosse um casulo aquele sacrifício de existir sozinha pedindo remédios para sua dor de cabeça permanente. Engavetou os projetos e partilhou com todos os parentes as desventuras, desde sempre. Isso me aborrecia, mas eu rezava. E tinha o pai onipresente em cuja boca restava seu fim, em cujo desejo restava seu desespero. Nunca o perdoara pela bofetada; e sim, ela precisava como nunca de um litro de beijos apaixonados. J.M.N

Nenhum comentário: