Vem e reina sobre mim. A pedra demarca o longe e a grama, um céu no chão. Invertidos os papéis do firmamento, sinto-me livre e te libertas também.
A lua tesa espera um toque e todo o resto depende disso. Entrarei nas tuas pegadas, abrirei o rés do teu caminho. Aurora é circo. Atalho, passo.
Oculta meu pior pecado com tuas sinfonias e declama os versos proibidos de meu pai: o silêncio em minha morte, o fecho de meus umbrais, o triste fim de sua escritura. Ensina-o que o corpo vai, mas fica o nome e é disso que eu preciso. Do seu não estar nomeado. Fanfarras em anil, folclores de danças e cantos indigentes recontam meus votos. Estou abençoado.
Escrevo plumas e aforismos enquanto guardo minhas prendas para quando te encontrar. Dê-me panelas e cozinharei para ti. Dê-me lanternas e acharei vaga-lumes. Peça-me silêncios e te trarei uma orquestra de helicônias vermelho-sangue.
Enquanto isso não vem, achegue-se aos meus hiatos. Todos eles têm caminhos traçados e esperanças de que as distâncias os abandonem. J.M.N
Um comentário:
muito bonito, como sempre..
para ler e encantar.
é bom começar o dia a ler os seus poemas que nos transportam para outros tempos e outras dimensões.
uma boa semana
ana sofia
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