quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A nova idade

Ela não levou nem trouxe meu sorriso. Deixou-me à vontade para ser quem sou. Para encurtar caminhos ou esperar uma eternidade para dar-lhe um beijo no rosto. Liguei para dizer que senti sua falta e transitava ardente nas lembranças de seu cheiro. O que saiu foi apenas um apelo curto à saudade que nem de perto era a que eu verdadeiramente sentia. Não uma coisa apaixonada ou sem freio. Ela existe além de meu mundo. Com sua pele morena e afago silente. Os lábios em carne suculenta e morna. Recebeu-me de manhã perguntando pelo fim-de-semana e eu sem quase nada para responder, dei adeus. Um cheiro inconfundível de enlace. Mais que isso, uma entrega afável e secretamente já feita. Ela tem minha companhia, tem o poder de atender meus telefones. E nela, sem que saiba, está uma inspiração que há muito não tinha – a novidade de um abraço sem convidados, onde destinos podem nascer trocando beijos. J.M.N.

Um comentário:

Anônimo disse...

Passando pelo Palavras de Ontem, encontrei essa linda surpresa, deu uma saudade de quando começou e uma alegria imensa de saber que vai ser para sempre.

RTDM