quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Retórica

O que me falta? É o que pergunto.
Argumento oculto para dizer-me sozinho, eu tenho. Mas não me basta. Não basta, de certo, àqueles que invadem meus sonhos. Minhas sentinelas rotas, meus arquiinimigos.
Ela estava à beira da morte em minha inconsciente experiência. E o gosto de sua extinção me embebeu em suor e vigília, me despertou. Inaugurou um pretérito feliz sobre o qual miligrama nenhum faz esconderijo.
Esse vago e assassino sonho, causou o estranhamento que me acompanha durante o dia.
Desassossego de sentir como que uma lâmina abrindo o ventre, a dor interna de uma terra desocupada, canteiros vazios de frutas, odores e criaturas que rastejam.
Quando a encontrei em meu sonho e não pude ver o seu rosto, constatei que ainda sinto vergonha. A costura de minhas roupas desfeita. Meu corpo nu pedindo abrigo no meio da multidão.
Essa é uma imagem de desespero, desamparo. Meu medo acordou minha saudade que dormia um sono solto. Tive forte sensação de estar incompleto. Fortíssima impressão de estar perdido.
Porém, mais que tudo, tive a certeza de estar sentindo a falta dela. J.M.N.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fujo pra te encontrar neste livro a olho nu. Mas me perco entre as historias. Entre o passado e o presente que as tuas entidades me mostram. Fujo mais de mim mesma quando reconheco que perdi a aposta. Que me trai mais uma vez.

Alguem

Anônimo disse...

Um cnfessionario virtual o blog. Mto corajoso.

F.