segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Descaminhos

Esquenta a comida que eu to chegando. Venho lento, pois o trânsito tá muito ruim. As esquinas de perto do trabalho são secas e quase não têm vida. Toda vez que saio fico espantado em perceber que a maior parte do tempo, vivo sentado numa caixa de gente estreita, num lugar desolado e sem vida, esperando dar o horário para sentir novamente o peso maravilhoso de esperar teu beijo.

A música tocando é aquela de sempre. Tem me acompanhado a semana toda. Diz lá pelo meio dos versos que a única chance de sobreviver a mim é encontrar teus olhos novamente. Eu canto, dedicando-a a todas as coisas desesperadas que me fizeste fazer. O que antes achava que fazia por ti, descobri, encantado, que fazia por mim. Eu sou o rei do desespero e não pretendo abrir mão do reino.

A rua de casa se abre. Umas pessoas de mãos dadas atravessando animadamente. Acho que hoje de tarde chove. Fico indo trabalhar mesmo de férias, dizendo a todos que o chefe não larga do meu pé. A verdade, porém, é que não encontro outra função a não ser produzir e esperar por nosso encontro.

A única coisa desagradável, no entanto, é que a casa continua vazia. J.M.N

Um comentário:

Anônimo disse...

"..Fico indo trabalhar mesmo de férias, dizendo a todos que o chefe não larga do meu pé. A verdade, porém, é que não encontro outra função a não ser produzir e esperar por nosso encontro."

Gostaria muito que as ultimas palavras fossem p/ mim...