quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O destino de um só

De sonho e poeira de estrada. Jaz em mim o que não queriam os loucos. Mora em meu corpo o austral das galáxias. A expansão dos universos mais senis. Tenho trunfos e segredos que guardei. Aos quais ouvi como súplicas de alcova. Guardo-os para o dia que tiver que saldar minhas dívidas, esperando que os que me julgam entendam do que sou feito – entrega e gozo. Estou distante de suas dispersões. São e salvo de suas injunções de ódio e clamores de exclusividade. Venho aqui certo de que nada mais me atrai, senão o que proponho em segredo, senão aquilo que ainda sei estar em ti, por dentro. Não contaste a história toda. Não ousaste admitir que não foste suficiente para contigo. Minhas linhas ainda estão ao teu dispor, mas mentes identidades por não saber servir, entregar-se. Meus primeiros anos esqueceram em mim as eloqüências, as tiranias. Tenho a posse do lugar mais secreto do mundo, tua loucura. Tenho certeza de que ainda me respondes na imensidão desses meses. Tenho certeza de que escondes para não ver. J.M.N

Um comentário:

Anônimo disse...

Soneto do Orfeu

São demais os perigos dessa vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar, que atua desvairado
Vem unir-se uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
Uma mulher que é feita de música,
Luar e sentimento, e que a vida
Não quer, de tão perfeita
Uma mulher que é como a própria lua:Tão linda que só espalha sofrimento,Tão cheia de pudor que vive nua.
Vinícius de Moraes

...Estas palavras de ontem,lembra-me a vivência de um amor que foi a minha loucura,meus atos insanos,a minha completude,minha maior derrota...De tão intenso que era eu tremia,mas nada foi tão doce,desejado e sentido que esse amor.