O edredon, a camisola, tuas roupas esquecidas. Notas de terna escrita para coisas que me farias. O dom, a sorte, os desígnios e a esperança. Todas as palavras de malefício e crença. Outro beijo, tua nuca, a tatuagem que pediste para eu desenhar. Um cheiro de ventre, de semente germinada, de loucura atrevida. Lavoura de epitáfios. Um calor como nunca, um tempo enorme entre ser e estar. As taças não estreadas, estradas não percorridas como deitadas num sol de veludo, tarde triste em que te vi andando para longe. A seda dos beijos, o céu de tua estrutura, um vento de velocidade branda – chamo de brisa. Quantas coisas adernadas, estapafúrdias e por sobre todas as lembranças pólen e orvalho, uma tez de divindade. Escrevo e não sei por que o faço. Saem de mim essas coisas, tamanhos vários. Isoladas ou pertencentes. Aniquiladas ou potentes. Minha pudica e violeta ancestralidade a derramar-se ante teu fogo e estupidez. Uma hora dessas precisarei te chamar em socorro. Espero que precises também. J.M.N
3 comentários:
Sei que nos últimos tempos tenho sido um colaborador de vaga frequência. Mas tu sempre me esperastes. E foi dentro do teu carro que descobri, junto contigo, porque a escrita fugia de mim. Eu tinha esquecido dessas coisas guardadas que falas nesse texto. Tu trazes lembranças e inspirações, e isso é uma responsabilidade e tanto.
Valeu, mano velho.
Esperarei sempre. Como escrevi nas cartas antigas.
Tento diminuir o ritmo, mais ele me acelera e enquanto espero cadafalsos e impossibilidades, tenho o prazer de ter a tua escuta.
Acho que isso completa o que mais vale - pertencimento!
J.M.N
Elogios seriam pouco. Prefiro dizer que me emocionas. Que tens o dom de poucos. Acho que essas palavras devem ganhar o mundo. Existe tanta coisa ruim por ai e estes dizerem magníficos circulando restritos ainda.
Sempre que posso faço uma lista e mando para meus contatos.
Sou fã incondicional.
Luisa.
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