quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A origem fervente do grito

Uma volta sempre aos mesmos lugares e a ausência entendida como um pássaro que deixou de pousar ali. Um caminho oculto, quase indiferente, que dentro da gente transporta a nutrição para a tristeza. Esse passo antigo, marcado em terra esquecida. Como doem as lembranças das coisas simples que se perderam.

E não há ventura, retorno ou presente capazes de debelar a força dessa eternidade pontiaguda que nos vem com a noite, repetidamente. E o sono, conspirado, traído se entrega. O escuro não salva o corpo do cansaço que nasce de termos perdido o leme. Como sangra essa carne única, a inviolável trilha do que se quedará doendo no coração da gente.

Acontece bem dentro de onde antes, tão simplesmente, o tempo temia ser superado. Vem e atira de encontro ao céu de nosso sossego o que nem sequer os anjos previam vir. Não são sessões de tortura, armadilhas, nem mesmo o fogo de mil infantarias. São as simples coisas do amor findo que em nós, geram esse grito.

Como doem as manhãs sem tempo, onde nascem as coisas simples que tanto faltam. J.M.N.

Para ler escutando…

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