quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fábulas da Reconstrução I*

Os últimos dias foram longos demais. Como os oleodutos através da tundra russa. O ouro negro correndo por uma veia metálica em paisagem desolada e muito branca. Enquanto tantos olhos dormem e permutam as impressões do dia com seus desejos de além-sono, esse pequeno diário requer ainda mais de minha pouca energia. Fim do dia, uns rabiscos e as frases trêmulas nascendo vagas vão dando conta de que as fundações foram as mais difíceis. Décimo quinto andar agora. Um horizonte limpo, sem nuvens o céus transmitem paz. Foi só uma lembrança. O herói que antes cantava forte desvanece enquanto as pessoas lá em baixo vão tendo seus dias contados. Lindos esquecidos aqueles que andam como se nada devessem. Vejam seus passos, dizem tanto sobre o que fui antes de atentar para o espelho. Apesar de tudo, uma quietude. Enquanto houver dias e um céu destes, contarei sobre construção que envido. Tenho um ingresso para o jogo de hoje à noite, mas desistirei para estar com alguém, feliz pela felicidade em revê-la, contando os pontos de quem perde. Lá de onde estou, décimo quinto andar, vejo a figura pequena de vestido branco na multidão. Sem saber seu nome, chamei-a – Esperança. J.M.N.

Trilha sonora…

* O título deste post foi retirado do título homônimo (em inglês) de um disco do REM.

2 comentários:

Alyne Pinheiro disse...

Sinto que me viciarei no seu blog!! Amei esse post!!!

Alyne Pinheiro disse...

Sinto que me viciarei no seu blog!! Amei esse post!!!